Quem
se importa com a minha miséria?
Ela é bem feia e bem triste de se ver.
Talvez por isso há quem transtorne-a em pilhéria...
Essa tal globalização: há quem possa remover?
Na minha agonia o bem e o mal não se discerne,
mas é o descaso que me deixa entojado:
sou descartado como um pedaço podre de carne,
ou desprezado como um metal velho enferrujado.
A dor é antiga: veio dos europeus ou é desde Adão e Eva?
Só uma coisa eu sei: da vida nada se traz.
E que bom, da vida nada se leva!
Como uma fístula tráqueoesofágica,
é o meu bizarro e anômalo viver.
Uma existência, triste, vazia e trágica.
Hoje? nada para engolir. Amanhã? é impossível prever...
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